Redes Sociais e Emprego: Para lá do LinkedIn

Rute banner

Hoje em dia já ninguém duvida do alcance das Redes Sociais e há por aí bastantes artigos sobre o cuidado que devemos ter com a nossa pegada digital, a qual nos poderá prejudicar a nível profissional.

Não deixes de ser quem és, mas ter em atenção as definições de privacidade é o mínimo.

Espanta-me que com todo este awareness, a maioria da população jovem (que convive com a tecnologia há anos) não tenha ainda começado a utilizar o potencial das redes sociais a seu favor na procura de emprego.

Muitos ainda não estão sequer no LinkedIn e, dos que estão, uma boa parte tem um perfil sub-aproveitado.

No ano passado emigrei fruto de um contacto via LinkedIn e, curiosamente, há tempos recebi um email do fundador de uma empresa líder aqui no Médio Oriente com uma proposta de trabalho. Sem saber como tinha chegado até mim, fui espreitar o meu LinkedIn e lá estava ele, na secção das pessoas que viram o meu perfil.

Deduzo que me tenha encontrado no meetup group de que é presidente e depois tenha ido ver as minhas credenciais no LinkedIn. Felizmente, tinha um perfil optimizado ou teria perdido uma oportunidade.

Queria pensar bem sobre o assunto por isso não respondi logo. E não é que passado umas horas recebi um a perguntar-me se recebi o email? Eu nem sequer o seguia no Twitter…

Aliás, o Twitter é cada vez mais uma ferramenta útil na procura de emprego. Embora em Portugal ainda não seja muito utilizado, para quem considera uma aventura no estrangeiro é uma excelente aposta. Sigo vários head hunters que publicam todos os dias ofertas e têm apenas algumas centenas de seguidores, o que limita bastante o número de candidatos a concorrer pelas vagas.

Segundo um estudo da Jobvite sobre Social Recruitment, para o qual foram entrevistados 1600 profissionais de Recrutamento e Recursos Humanos, 43% postam ofertas de emprego no Twitter.

Há várias estratégias que podemos utilizar nas redes sociais mas, para já, pretendo apenas alertar para a importância destas plataformas no desenvolvimento de carreira.

E para provar que isto é um facto e não só a minha opinião, deixo-vos algumas estatísticas do referido estudo, realizado em 2013.

  • 94% usam ou planeiam usar Redes Sociais em processos de recrutamento
  • 78% já contrataram com recurso a redes sociais
  • 49% referiram que o Social Recruitment aumentou a qualidade dos candidatos
  • 42% reconsideram um candidato depois de verem conteúdo online, quer seja pela negativa ou pela positiva.

Isto reforça o facto que não basta não ter coisas prejudiciais e umas boas definições de privacidade.

É mesmo preciso gerir proactivamente a nossa presença online pois com isso podemos ser reconsiderados para uma vaga mesmo depois de já terem rejeitado a nossa candidatura. Já para não falar de que somos mais facilmente encontrados e recebemos propostas até quando não estamos à procura de nada.

  • 92% vetam candidatos pré-entrevista no LinkedIn

Ainda não estás convencido da importância de ter um bom perfil, totalmente coerente com a informação do CV? Segundo o estudo, o LinkedIn é utilizado para verificar a experiência, quanto tempo o candidato permanece nas empresas e hard skills específicos.

  • 35% vetam candidatos pós-entrevista no Facebook

Cuidado com o que publicas no Facebook pois pode deitar por terra aquela entrevista que até correu muito bem.

O Facebook, Twitter, Google+ e Blogs são utilizados para verificar o que se costuma chamar“industry-related voice” “cultural fit”.

Se não tens tempo ou paciência para escrever um blog, uma forma simples de demonstrares expertise é criares uma conta no Twitter, seguires revistas, empresas e pessoas que são referências na tua indústrias e fazeres ReTweets com um pequeno comentário. Não dá trabalho nenhum e passas a ter a tal industry-related voice.

Podes ver o meu Twitter como exemplo @RuteSilvaBrito.

Estás tão ocupado no teu trabalho actual que estás a deixar passar a oportunidade de estar no radar de head hunters que te poderão ajudar a avançar na carreira?

Vais continuar só a responder a anúncios e a enviar candidaturas espontâneas para o buraco negro?

Ou vais passar a incluir as redes sociais na tua estratégia? 

É que a partir do momento em que até o Instagram é utilizado para publicar ofertas, não há como continuar no milénio passado.

Rute Silva Brito

Marketing Strategist, Writer & Entrepreneur

Também escreve em rutesilvabrito.com

Comentários

Author: admin

Share This Post On