A força de um lápis

André-2015

Hoje, mais que nunca, sinto que estou em guerra. Como jornalista, como cidadão e como defensor acérrimo da liberdade de expressão estou em guerra.

Os acontecimentos da semana passada em Paris causam-me uma revolta profunda e nojo de quem usa algo significativamente maior que todos nós para justificar uma barbárie.

As vítimas do ataque não foram apenas os parisienses, não foram apenas os franceses, não foram apenas os jornalistas, nem foram apenas os não-muçulmanos: foram todos os homens livres. Mas há que reagir e a melhor reacção é não ter medo. Nunca ter medo. Fazer a vida normal e livre como a fizemos até agora. Nunca com violência nem xenofobia, isso seria admitir a vitória dos extremistas.

Há que ser certeiro aquando do apontar de dedos. Não, a culpa não é de muçulmanos nem de árabes. A culpa é de extremistas. A linguagem dessa gente é apenas a violência, o ódio radical e a ignorância. E, como diz o Xeique Munir, o Imã da Mesquita de Lisboa, “se não estão satisfeitos por viverem num país liberal, podem emigrar”.

A maior prova de que o atentado foi falhado foi a imediata posição de grande parte da imprensa francesa que se disponibilizou de imediato e com todos os meios para que o Charlie Hebdo não acabe, como um dos terroristas gritou à saída das instalações. Por cada lápis que se partir, outros afiarão o bico para continuar o trabalho.

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Author: admin

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