Experiências
Gil Sousa
Cork, Irlanda
1. Fala-nos um pouco da tua carreira e desde quando estás emigrado.
Sou licenciado (pós-Bolonha) em Engenharia Informática, e comecei o meu mestrado em Dresden (Alemanha) através do programa de Erasmus. Esta foi a minha primeira aventura internacional, em 2007/2008. Voltei a Portugal, e passados 6 meses estava a embarcar noutra aventura para outro país, através do programa Inov Contacto, para a Grécia onde estive num estágio de 6 meses até ter de voltar para Portugal mais uma vez. Aí as coisas complicaram, e demorou um ano e meio até conseguir mais uma aventura internacional na Irlanda, onde ainda estou e por cá conto ficar mais uma boa temporada (ou até outro desafio internacional bater à porta).
2. Quais os aspectos positivos e os maiores desafios encontrados?
Positivos? Imensos! Pessoas e amigos novos, abertura cultural e de mentalidade, oportunidade de conhecer locais diferentes e em muitos casos também vantagens salariais. Mas acima de tudo, a experiência que tiramos por conhecer um povo e uma cultura diferente.
Os desafios também são alguns, na Alemanha deparei-me com um idioma que não falava e na altura não me conseguia expressar em inglês devidamente. Na Grécia, a juntar ao idioma diferente, também o alfabeto, foi um desafio bem interessante e que curiosamente ajudou a compreender bastante do nosso idioma.
Claro que a distância dos amigos de longa data e família são um desafio bastante grande, apesar da internet ter ajudado imenso a reduzir estas barreiras, não deixa de ser um desafio complicado de ultrapassar principalmente quando se trata de uma primeira experiência, mas a distância também ajuda a fortalecer relações.
(Re)começar uma vida também é complicado, quando o “pé-de-meia” é curto o primeiro mês é um pesadelo. Falta de dinheiro, longe da família e dos amigos e ter de pagar um quarto, alimentação e por vezes até transporte é algo que assusta imensa gente, mas é também ultrapassar este desafio que torna a conquista ainda mais gratificante. É uma visão assustadora, mas é uma parte fundamental do caminho a percorrer.
3. Qual o conselho que dás aos seguidores do ICote e/ou Portugueses Pelo Mundo?
Usar e abusar da rede de contactos. Quem fez o Inov Contacto ou algum programa similar tem a enorme vantagem de ter acesso a uma rede de contactos de várias edições abismal! Peçam ajuda, não é vergonha nenhuma e muitos terão um prazer enorme em ajudar (sendo já a existência destas comunidades prova disso mesmo).
Não tenham medo de irem sozinhos, os primeiros tempos serão de facto complicados, mas as contrapartidas serão de facto bastante gratificantes.
E por fim, envolvam-se na comunidade local. É frustrante voltar (ou mudar para outro lado) e olhar para trás e só ter uma cidade a fazer-nos voltar.
03/01/2013