Viagem ICote | Dias 14 e 15: Mais Laos a pensar no Vietname

Emprego Ásia ICote João Cabral

A cidade de Vang Vieng é um dos principais destinos dos backpackers por ser uma cidade para fazer festa. Nós, apesar de gostarmos de festa, gostamos ainda mais de fazer vários tipos de atividades.

O nosso sábado começou com alguma chuva, mas rapidamente o tempo se compôs. São Pedro lá foi nosso amigo e deixou-nos ter um dia impecável. Começámos por visitar uma gruta com água. Para isso, deram-nos uma lanterna de cabeça e uma boia gigante. A boia serviu para nos sentarmos enquanto explorávamos a gruta. Havia também uma corda que determinava o percurso da gruta, onde nos agarrávamos à medida que íamos fazendo o percurso da gruta. Depois tivemos um almoço cinco estrelas, com o resto do grupo que estava a fazer esta atividade connosco.

Já de barriga cheia, fomos ver uma outra gruta, com várias imagens de Buda, seguindo-se a atividade principal do dia – Kayak.

Nós nunca tínhamos feito kayak e por isso nunca pensámos que ia ser mesmo cansativo. Como tivemos a manhã a usar os braços ao puxar a corda enquanto explorávamos a gruta, o kayak deixou os nossos braços de rastos. Precisamos mesmo de fazer mais exercício. Mas não foi uma dor nos braços que nos impediu de aproveitar o dia. A meio do nosso percurso até se parou num bar à beira rio para beber uma bebida fresca e o nosso instrutor até nos ofereceu um copo de um rum típico de Laos. Retomámos depois ao kayak e descobrimos que o nosso jeito para este desporto não era lá muito. Conseguimos ficar encalhados numas rochas duas ou três vezes. Também, não sei bem como, conseguimos mudar o sentido do barco várias vezes, ao ponto de estarmos a remar no sentido contrário. Mas apesar destas situações, conseguimos chegar ao fim. Claro que a dada altura fomos a nado, que foi bem refrescante.

E foi assim que passámos a nossa tarde e, depois de um dia assim, estávamos cheios de fome. Fomos então procurar um restaurante. Enquanto andávamos pela cidade, íamos encontrando pessoas que tínhamos conhecido durante a viagem.

Para jantar decidimos ir a um dos vários restaurantes que servia a comida numa espécie de sofá, enquanto as televisões passavam a serie Friends. Foi engraçado estar ali, num local tão remoto enquanto víamos a série que retrata Nova Iorque, tão diferente desta cidade. Foi muito bom.

Para o domingo tínhamos planeado alugar bicicletas e ir até a um lugar chamado lagoa azul. Lá alugámos a bicicleta e pusemo-nos a caminho. A cidade tem duas pontes, sendo que uma é a pagar e a outra não. Ambas São de madeira, mas a que não se paga não é grande o suficiente para que os carros possam passar, mas como estávamos de bicicleta decidimos ir pela ponte que não se paga, apesar do caminho ser ligeiramente mais longo.

Bem, se as estradas entre as cidades têm péssimas condições, então não se pode esperar muito das estradas dentro das cidades. Esta que nos levava à lagoa azul era composta por pedras e lama, e tínhamos de fazer sete km de bicicleta numa estrada assim. Claro está, algo ia correr mal. E foi o que aconteceu. Aos 2km a corrente da bicicleta do João soltou-se. Enquanto arranjávamos a bicicleta, apareceram uns miúdos locais que se meteram logo a arranjar a bicicleta e nós lá deixamos. Eles tinham uns sete anos e arranjaram-nos a bicicleta de tal forma, que até nos fizeram sentir uns incompetentes. Mas foi uma situação engraçada, porque eles meteram-se logo, e nós até dissemos em inglês que não era preciso ajuda, mas como eles não falavam inglês, lá continuaram o serviço. Como é normal, depois pediram dinheiro e, apesar de eles não saberem inglês, eles souberam pedir dinheiro em inglês. E nós lá demos o dinheiro de bom grado. Não porque precisássemos da ajuda deles, mas porque para nós foi incrível ver estes rapazes tão novos e já com tanto engenho. Pudemos, depois, continuar o nosso caminho.

As nossas bicicletas tinham um assento traseiro e enquanto pedalávamos, uns miúdos saltaram para esse assento, para apanharem boleia. Nós paramos as bicicletas para os ajudar a sentarem-se. E pronto, lá íamos nos nas bicicletas com uns rapazitos de 6 ou 7 anos, locais, a irem de boleia connosco. As pessoas que passavam por nós riam-se da situação e nós não nos importávamos, até que nos apercebemos que, se calhar, não era boa ideia fazer isto, pois podia trazer algumas implicações negativas. Deixamos então os rapazes num sítio perto de um café e continuámos.

Por um lado, ainda bem que fizemos isso, pois não muito depois de deixarmos os miúdos no café, a corrente da bicicleta do João soltou-se outra vez. Foi aí que decidimos voltar para trás, pois isto não eram condições para se andar de bicicleta. Na volta, a corrente da minha bicicleta também se soltou e voltámos a passar pelos mesmos rapazes que nos arranjaram a bicicleta, que viram logo que elas não estavam boas, mas nos dissemos logo que não as queriam arranjar.

Chegámos ao centro da cidade e devolvemos as bicicletas. Decidimos apanhar uma tuk tuk até à tão esperada lagoa azul. A viagem desta vez não teve peripécias, mas também não foi fácil devido às condições da tal estrada.

Na lagoa azul, nadámos um pouco, demos uns mergulhos e saltos para a água e passado algum tempo, voltámos para a cidade.

Já na hora do jantar, fizemos algo que não se deve fazer, comemos um hambúrguer, em vez da comida local. Mas a verdade e que andamos já desconsolados. Há um ano que não vamos a casa, então precisávamos de algo mais ocidental. No entanto, estes sítios não são ideais para comer comida ocidental. Conclusão: tivemos a nossa primeira dor de barriga. O que não foi mau, visto que foi a primeira em duas semanas de viagem.

Amanhã partimos para Vientiane, a capital e a nossa última cidade de Laos. Fiquem atentos e obrigada por nos estarem a seguir.

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Author: Jorge Correia

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