Hoje em dia até a emigração é precária. Quem o diz é a antropóloga Marta Vilar Rosales, que, em declarações para o jornal Público, afirma que este é um fenómeno crescente e significa que quem emigra para um novo país, muitas vezes sente necessidade de emigrar para outro quando fica sem trabalho.
Se o trabalho precário é um problema difícil de solucionar e as políticas de emprego fazem com que cada vez mais o trabalho que haja, seja precário, agora parece que a única solução para a maioria dos jovens pode nem ser uma solução de todo. A grande parte das economias europeias e também internacionais está a passar por uma quebra difícil de comparar e isso faz com que mesmo noutro país as dificuldades se façam sentir.
A emigração não é o escape perfeito. Apesar de ajudar a solucionar alguns problemas de forma quase imediata, esta é uma solução que cada vez mais tem de ser bem pensada e posta em prática de forma organizada. Sem a ideia de que mudando de país todos os problemas vão acabar.
Muitas vezes a emigração precária faz-se sentir nas camadas mais “baixas” da sociedade. E é na área da agricultura sazonal que este fenómeno acontece mais. É, assim, óbvio que se regrediu aos anos 40 e 50 em Portugal, com as grandes migrações e as grandes ilusões dos portugueses que iam para fora e acabavam a passar fome.
A emigração pode ser uma faca de dois gumes. É preciso ser pensada como o grande passo na vida de uma pessoa. Coisa que, sem dúvida, é.