A emigração afecta e, em princípio, vai afectar sempre todo o mundo. Há quem diga que nós, portugueses, fomos até os primeiros a emigrar, com as descobertas do séc. XV, mas este fenómeno tornou-se internacional e, creio, um dia tornar-se-á interplanetário e poderemos ir procurar a felicidade em Marte ou Vénus.
A comprovar a actualidade do tema “migrações” está a fotografia vencedora do World Press Photo do ano transacto. No Djibouti, país situado numa zona delicada de África e palco de emigrados e refugiados de países vizinhos em guerra, não há rede de telemóvel a não ser num local em específico de uma praia na capital do pequeno país africano. Assim, quem ali vive emigrado e precisa de contactar com familiares, a única forma de o fazer é dirigir-se à praia e “telemóveis ao alto!”, que a rede proveniente da vizinha Somália nem assim é fácil de apanhar.
Esta fotografia mostra o quão importante é o contacto em tempos de emigração. O desespero por um pauzinho no telemóvel e dizer à mãe que está tudo bem ou tudo mal.
Queixamo-nos muitas vezes das condições precárias em que nos encontramos, queixamo-nos na internet e por telefone. Há sítios no mundo em que nem escrever uma publicação indignada no facebook ou um telefonema ao amigo a desancar no governo é possível fazer. Missão hercúlea de quem arrisca a ir para o Djibouti para um pouco de paz.