Agosto e emigrantes são palavras que Portugal associa sistematicamente. Os milhares (milhões?) de emigrantes que Portugal tem espalhados pelo mundo escolhem normalmente o mês de Agosto para regressar à sua pátria, visitar a família e repopular momentaneamente as cidades mais remotas de onde são.
Um mês em doze em que a Portugalidade que há dentro dos emigrantes pode ser expressada de forma mais livre e nem as crianças escapam a vestirem uma camisola da selecção com o Cristiano Ronaldo estampado à frente. Privados da família, amigos, comida e sol que ficaram em Portugal, muitas vezes este regresso é visto como uma altura para extravazar emoções e devaneios próprios de quem faz sacrifícios por um futuro melhor, para si ou para a prole.
Setembro leva tudo menos a ânsia de para o ano voltar. Leva muito, mas pesando os prós e os contras de Setembro, talvez o que Setembro traz seja mais pesado do que o que leva: trabalho, a promessa de uma vida mais estável, e, mais importante, dinheiro, porque é com isso que se sobrevive.
O próximo ano trará mais um Agosto e, com ele, mais uns quantos emigrantes que regressam. Porque cada vez são mais.