Quarenta anos depois. Estamos melhor?

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A resposta mais fácil e talvez a mais ouvida por estes dias: “Claro que não, ainda estamos pior que antes do 25 de Abril”.

A resposta correcta: “Sim, objectivamente estamos melhor”.

É claro que no contexto socioeconómico em que nos encontramos é fácil – principalmente para as gerações pós-revolução – dizer que estamos pior. É fácil pensar que estamos tão mal que pior que isto seria virtualmente impossível, por isso “sim, estamos pior”. Mas não é verdade. Em 1974, estavam inscritos no ensino superior 50 mil alunos, 7% daqueles que estavam em idade de o fazer, em 2000, eram 350 mil inscritos, 53% dos que tinham entre 18 e 22 anos. O livre acesso e difusão da informação que na altura não existia. Guerras coloniais e colonialismos bacocos deixaram de existir. Assistência médica. Enfim, tudo o que é realmente importante está melhor. Os três D (descolonizar, desenvolver e democratizar) foram atingidos. Será que esses objectivos foram atingidos cada um a 100%? Obviamente que não. Descolonizámos como quem tira um penso de uma ferida que ainda não está completamente curada. Desenvolvemos, sim, mas ainda não estamos no ponto. Ainda falta desenvolver muito sector. Democratizámos? Em parte, sim. Vivemos numa democracia que, como disse Churchill é “o pior regime, à excepção de todos os outros”. Com todas as vantagens e desvantagens que isso acarreta. Celebremos isso.

Mas também o que são 40 anos? Daqui a outros 40 voltamos a falar.

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