De acordo com o Banco de Portugal, as remessas dos emigrantes portugueses aumentaram quase 10% comparativamente ao ano passado.
Estes resultados demonstram duas coisas: o facto de cada vez mais haverem emigrantes portugueses no estrangeiro, daí o acréscimo nas remessas recebidas (de bom grado) no nosso rectângulo, mas mostra também o estado das carteiras portuguesas que precisam cada vez mais de ajuda externa (não, não falando da troika, mas sim do dinheiro dos nossos compatriotas ao largo).
São resultados um pouco agridoces. Há cada vez mais emigrantes forçados, que ganham o suficientemente bem lá fora para nos poderem ajudar cá dentro. Não sei o que pensar desta situação, está numa zona cinzenta moral. Tal como toda a problemática da emigração. Gosto que as pessoas emigrem se surgir uma boa proposta de emprego, não gosto se vão porque não há emprego cá. Gosto que vão para ganhar experiência de vida e conhecer novas culturas, não gosto se vão “por obrigação”.
Por cá vamos fazendo valer as vossas remessas e só temos que agradecer. Muito obrigado, amigos emigrantes que nos enviam dinheiro. Vocês devem saber o que custa ser português e, ainda mais, o que custa gostar e querer viver em Portugal.
Talvez um dia sejamos nós.