Há dois tipos de pessoas.
As que fazem resoluções de ano novo e as que não fazem.
Independentemente do grupo onde se encaixa, a esmagadora maioria das pessoas chega ao fim do ano e atinge o mesmo resultado: não alcança nada ou porque não traçou objectivos, ou porque desistiu pelo caminho (lá para Fevereiro, dizem os hipsters do primeiro grupo).
Apesar de ser o tipo de pessoa que sempre traçou objectivos, no que toca a resoluções de ano novo, muitas vezes faço parte da maioria que deixa umas quantas para trás.
Nunca todas. O ano passado, por exemplo, atingi uma meta financeira importante e, mais importante e difícil que isso, consegui cultivar um hábito saudável com uma auto-disciplina que não me é nada natural.
No entanto, sendo uma perfeccionista em reabilitação, não consigo evitar sentir-me frustrada pelos que não alcancei. Percebo hoje que o problema reside exactamente aí, no perfeccionismo.
É o meu perfeccionismo e a minha ambição que me levam a querer alcançar muita coisa. Demais.
Apercebi-me disto ao estudar a minoria que realmente alcança aquilo a que se propõe e o exemplo mais recente que me consigo lembrar é o Mark Zuckerberg que, assustadoramente, só tem mais 3 anos que eu.
O desafio pessoal que o fundador da maior rede social do mundo atacou no ano passado foi aprender a falar Mandarim. Num ano decidiu ser vegetariano. Noutro comprometeu-se a usar gravata diariamente. Em outra ocasião empenhou-se a conhecer todos os dias uma pessoa nova que não trabalhasse no Facebook.
Em 2015 irá ler 24 livros – um a cada duas semanas.
Todos estes desafios anuais, para além de serem bastante ambiciosos, têm uma coisa em comum: são singulares. Apenas um por ano.
Traçar uma estratégia, dividir os objectivos em pequenas metas, quantificar os resultados, usar tácticas de auto-disciplina – tudo isso é importante mas já foi largamente tratado noutros artigos. Quero focar-me no facto de sabotarmos o nosso sucesso logo de raiz, por tratarmos as resoluções de ano novo como uma lista de compras.
Escolher apenas um objectivo (ou um por área), é a melhor garantia de sucesso, na medida em que podemos focar todos os nossos esforços, energia e atenção num único sítio. No mais importante, no que faz realmente a diferença.
Com um estilo de vida cada vez mais ocupado e um attention spam cada vez mais curto, é bem real a célebre frase de Stephen R. Covey: “the main thing is keeping the main thing, the main thing.”
O “tudo ou nada” funciona porque não há desculpas. Nem há meios sucessos.
Este ano, ou melhor, este semestre, vou focar-me numa meta pessoal, uma financeira e uma profissional. Vou eliminar as distrações (cá em casa já decidimos que vemos no máximo 40 min de televisão / séries por dia) e focar-me no tudo ou nada.
A quem se identificar com este método e quiser seguir o tema da resolução do Mark, deixo 3 sugestões de leitura:
- Seven Habits of Highly Successful People, de Stephen R. Covey
- The ONE Thing, de Gary Keller
- Essentialism – The Disciplined Pursuit of Less, de Greg McKeown
Bom ano 2015!
Rute Silva Brito
Marketing Strategist, Writer & Entrepreneur
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