O lado “bom” do Mundial de Futebol

O Mundial de futebol no Brasil está para breve e muitas têm sido as más notícias, desde mortes de operários, a grandes atrasos nas obras, entre outras. Desta vez é hora de falar de algo de bom que irá trazer ao nosso país irmão.

O estimado é que o Campeonato do Mundo crie perto de 48 mil postos de trabalho no sector turístico. Segundo dados oficiais, estes novos postos de trabalho representam cerca de 38 % do estimado, que são mais de 125 mil empregos.

A dúvida que fica é se estes empregos serão a curto ou a longo prazo uma solução para os brasileiros. Não irão a maioria das pessoas que irão ocupar estes postos de trabalho, novamente para o desemprego após o Mundial? Fica a dúvida que só poderá ser esclarecida depois da prova.

Alguns poderão afirmar, e bem, que o Brasil tem turismo até dizer chega, contudo estes postos de trabalho irão ser criados para o Mundial, se fossem necessários antes, já teriam sido criados.

Teremos realmente que esperar para ver quais serão as consequências da organização de uma prova desta magnitude para o Brasil. O exemplo do nosso país não é o melhor, a começar pelos estádios. Dos dez estádios construídos ou remodelados para o Euro 2004, podemos falar dos casos de Aveiro, Faro, Leiria e até mesmo o Estádio do Bessa (Boavista), como estádios que agora não têm o uso que deveriam ter.

Pessimismos à parte, vamos dar o benefício da dúvida ao Brasil, um dos países do Mundo onde se vive o futebol com mais intensidade.

O ex-ministro deixa ao Brasil, encarregue da organização do Mundial de Futebol em 2014, o conselho de reformar os estádios já existentes antes de construir novos. Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, Augusto Mateus defende que Portugal ainda está a pagar a factura dos estádios construídos ou renovados para a realização do Euro 2004.

No total, Portugal gastou cerca de 1,1 mil milhões de euros na reforma de estádios já existentes e na construção dos novos estádios, como o de Leiria, Aveiro, Faro, Coimbra, Braga e Guimarães. Apenas quatro dos dez estádios utilizados para o evento escaparam ao investimento público por pertencerem a clubes Benfica Sporting, Porto e Boavista).

E como aponta Augusto Mateus, “a lotação dos estádios aproxima-se bastante da população dessas cidades, o que é manifestamente insuficiente”, sendo a raiz dos problemas. “As cidades que acolheram estádios sem terem suficiente população e sem clubes organizados e representativos têm hoje problemas financeiros enormes”. Deste modo, Mateus encara a demolição destes estádios como uma possível forma de desinvestimento.

E o cenário parece ser o mesmo para a maioria destes estádios. O estádio de Coimbra custou 60 milhões de euros e recebeu apenas dois jogos do Euro 2004. O de Braga e o de Faro acumulam prejuízos a cada dia que passa, enquanto se procura um comprador para o de Leiria. Resta-lhes a possibilidade de serem considerados na candidatura conjunta de Portugal e Espanha para a organização do Mundial de Futebol de 2018, mas mesmo assim teriam de sofrer alterações para preencherem os requisitos da FIFA.

Perspectivando o futuro encargo do Brasil na organização do evento, Augusto Mateus deixa o conselho de que o “Brasil não se deixe entusiasmar pela festa do futebol”. O país deve retirar da experiência de Portugal um exemplo a evitar, pois “o principal problema dessas operações é que quando lançadas, parecem ter uma forte adesão dos cidadãos e dos responsáveis políticos (…) mas no ‘day-after’, ficam encargos financeiros e custos de manutenção elevados”, afirmou à Folha.

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Author: admin

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