Na semana passada o tema central deste espaço foi a ida em massa de jogadores de futebol portugueses para o Chipre. Esta semana, será a vez de retratarmos um caso em concreto e completamente contrário, a vinda de jogadores brasileiros para Portugal.
O caso do qual vamos falar hoje, é de Éder Diego Holanda do Nascimento, brasileiro, que veio para Portugal com apenas 15 anos, em busca do seu sonho (ser jogador profissional de futebol).
Até ao momento, foram utilizados 180 jogadores brasileiros nas equipas profissionais portuguesas. O Brasil é, sem dúvida, o país que mais fornece jogadores a Portugal (com excepção claro de Portugal).
Diego começou a jogar nas camadas jovens do Sporting Clube de Braga, onde esteve durante 4 épocas, com passagem ainda pelo Braga B. Depois disso começaram os empréstimos, primeiro ao Penafiel e depois ao Moreirense. Depois de 6 épocas ligadas ao Braga chegou a hora de se libertar do clube bracarense e transferiu-se para o Atlético de Valdevez, clube de uma pequena vila minhota que viveu grandes momentos nesta altura. Ali permaneceu apenas uma temporada, pois a sua qualidade falou mais alto e foi contratado pelo Desportivo das Aves, onde apenas esteve meia época sendo emprestado ao Ribeirão. Regressou ao Desportivo das Aves, mas novamente para ser emprestado ao Cesarense. Acabou por sair para o Limianos, onde mais uma vez, duas épocas de grande nível o levaram a um novo salto, desta feita para o FC Famalicão onde se encontra actualmente.
O que leva os clubes portugueses a apostar em jogadores brasileiros? A resposta é fácil, quando são novos é um jogador barato e em termos de qualidade a expectativa é sempre alta, quem não se lembra de Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos ou Romário. Cada vez mais os empresários também apostam em trazer jovens brasileiros para a Europa e quanto mais cedo eles vierem mais rapidamente consegue completar a sua evolução como atleta.
Como o próprio Diego afirmou, veio para Portugal “porque surgiu a oportunidade e nem pensei duas vezes”. Para os jogadores brasileiros o grande objectivo é jogar na Europa, e Portugal é a principal rampa de lançamento que eles têm.
Apesar de tudo, as dificuldades também existem, para Diego as principais foram o “clima, a comida e o lidar com as pessoas é bem diferente”. Quanto ao futebol, a dificuldade dos craques brasileiros é bem sabida qual é, “o futebol aqui é mais rápido”, conta Diego.
A vinda para Portugal, foi “difícil porque era muito novo e quando cheguei era Inverno”. O futuro, como um bom brasileiro diria, a Deus pertence, mas Diego conta permanecer em Portugal quando acabar a carreira, se possível ligado ao futebol.
Em jeito de conselho a algum seu compatriota que queira vir para Portugal, Diego deixa o aviso, “que saiba bem o clube para onde vai, cada vez há mais clubes incumpridores. E que traga um bom casaco, que isto é muito frio”.