Formação superior para trabalhar no Brasil compensa?

Segundo a empresa de consultoria Produtive, o mercado de trabalho brasileiro vê uma especialização como algo ‘banal’, sendo um pré-requisito. Depois de falar com cerca de 400 executivos de várias empresas brasileiras.

Segundo a pesquisa, a maioria dos profissionais já tem pós-graduação. Entre os executivos, 68% fizeram uma ou mais especializações, os que não obtiveram títulos para além da graduação (licenciatura em Portugal) são apenas 23%. “Ter uma especialização hoje virou commodity, já não serve para destacar ninguém”, segundo Rafael Souto, presidente da Produtivo. Para conseguir “brilhar aos olhos do mercado” é preciso procurar universidades de primeira linha, devido à popularização das licenciaturas e títulos.

Uma das melhores apostas é a continuação da formação, ou seja, mestrado e doutoramento. Apenas 9% dos executivos detém pelo menos um desses diplomas. Segundo Rafael Souto, o Brasil está a virar-se para o exemplo dado pelos “Estados Unidos e Japão, países em que os projetos de inovação são desenvolvidos por executivos e pesquisadores”.

Quando Universidade e mercado de trabalho se unem

O muro simbólico que tradicionalmente dividiu o mercado de trabalho e a universidade está em processo de desconstrução no Brasil, de acordo com a Produtive. A nível de remuneração, os profissionais com mais qualificações são cada vez mais bem pagos e reconhecidos.

A seguinte tabela mostra a média salarial praticada no Brasil:

Qualificação Média salarial
Apenas graduação (ex. licenciatura) 5.812 reais (1.915 €)
Uma pós-graduação 9.306 reais (3.066 €)
Mais de uma pós-graduação 12.801 reais (4.218 €)
Mestrado e doutorado 13.804 reais (4.549 €)
Fonte: Exame BR

Por fim, o estudo mostra que muitos executivos procuram mestrado e doutoramento vislumbrando a possibilidade de dar aulas em faculdades. De acordo com Souto, se a dedicação ao ensino não for exclusiva, trabalhar numa empresa e lecionar ao mesmo tempo é um caminho possível. “Muitos profissionais do mercado já veem a docência como uma fonte alternativa de renda”, afirma. Mas a mentalidade das empresas brasileiras ainda precisa evoluir. São poucas as empresas que apoiam o profissional já contratado que queira fazer mestrado, por exemplo. “Elas querem que você já chegue com o título”, finaliza Rafael Souto.


Por Carolina Vinhas Santos – Colaboradora ICote em São Paulo

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