Dias 22, 23 e 24
Os últimos 3 dias foram passados numa cidade vietnamita chamada de Nha Trang, famosa pelas suas praias. Chegamos a Nha Trang apos abandonar a cidade de Hoi An com muita pena nossa, sentimos que tínhamos muito mais a descobrir, mas não só tínhamos pouco tempo como também choveu bastante durante a nossa passagem por Hoi An.
A deslocação entre cidades foi feita uma vez mais através de um autocarro noturno (sleeping bus), desta feita de 11 horas e ainda com direito a um pneu furado já mesmo perto da chegada a Nha Trang. Por esta altura já estamos mais habituados a viajar deste modo e com tantas horas e para sermos sinceros a qualidade da camioneta não é nada má (confortáveis e com wifi) e as estradas do Vietname são bem melhores que as de Laos por exemplo.
Na nossa passagem pela Tailândia e Laos apercebemo-nos que por vezes em determinados locais, existiam turistas predominantemente de um certo país. Por exemplo em Laos facilmente encontrávamos Coreanos, já que os Coreanos têm acesso a um visto facilitado para visitar Laos, como forma de incentivo ao turismo. Desta feita em Nha Trang demos com centenas e centenas de russos. O comércio local estava totalmente vocacionado para os russos, nas agências de turismo toda a informação era dada em russo, nos restaurantes havia sempre o menu em russo e até a publicidade da cidade era maioritariamente em russo, algo que não nos habituámos nos 3 dias que estivemos em Nha Trang, de tão esquisito que era estar no Vietname e ouvir russo a toda a hora. Existia inclusivamente muitos funcionários no comércio local que eram estrangeiros russos para assim comunicar com os turistas russos, contudo até os vietnamitas locais aprenderam a comunicar em russo para interagir com os clientes.
Inúmeras foram as vezes que fomos abordados na rua, para nos venderem algo, ou simplesmente entrarmos em determinado restaurante e falavam sempre em russo, o que nos obrigava a dizer a toda hora que não falávamos russo. Tirando isso, a praia era de facto ótima, foi então momento para desfrutarmos do local e trabalhar um pouco para o bronze, ou pelo menos tentar.
Decidimos fechar para férias e aproveitamos para não fazer nada.
O nosso próximo destino, e ultimo no Vietname, é Saigon.
Dias 25 e 26
Depois de 11 horas de viagem chegámos à cidade de Ho Chi Minh, centro económico do Vietname. A cidade está repleta de história, tendo sido a capital do Vietname do sul.
Chegámos de manhã bem cedo e decidimos aproveitar para ir dar uma pequena volta pela cidade. Fomos ver a catedral Notre Dame, o edifício Bitexco e alguns mercados locais.
Depois fomos então fazer o check in no hotel e aproveitamos para descansar um pouco. Não é que a nossa vida seja difícil neste momento, mas começa a ser difícil aguentar tantos autocarros noturnos. Podem ser confortáveis e cómodos, mas nunca nos proporcionam uma noite bem descansada, pois volta e meia acordamos devido às más condições da estrada, ou mesmo porque estamos confinados a um espaço pequeno.
Depois deste nosso descanso, fomos até ao museu da cidade de Ho Chi Minh, que apresenta a história do Vietname sob domínio francês, a fundação do partido comunista do Vietname, o movimento de resistência antifrancês, o movimento antiamericano, a resistência nacional e a campanha Ho Chi Minh.
Fomos um pouco ao desconhecido, não tínhamos noção bem clara da história. Aproveitámos assim a oportunidade de aprender mais um pouco sobre a história do Vietname. Com isto, passou-se a tarde.
Fomos jantar e aproveitar um pouco a noite de Saigao, e fomos para uma rua com alguns bares e restaurantes, com um ambiente mesmo muito agradável.
No dia a seguir, começámos o dia um pouco mais tarde e aproveitámos para ir a outro museu. Desta feita fomos ao museu das memórias da guerra e este museu deu-nos mesmo a conhecer melhor a história da guerra americana no Vietname. Ficámos chocados com o que fomos vendo, não só por causa das torturas feitas durante a guerra, mas também das consequências que esta causou neste país e que, infelizmente, ainda causa. E um museu um pouco difícil, pois ficamos a ter noção de uma realidade que ambos desconhecíamos e que não e nada fácil.
Pensávamos que íamos passar la apenas uma hora, e afinal ficamos lá a tarde toda. O museu inclui alguns equipamentos militares dos Estados Unidos, uma exposição sobre as “Tiger Cages”, algumas fotografias que documentavam a guerra e os efeitos do “Agente Laranja”. Bem, este museu desperta mesmo um sentimento de revolta contra os Estados Unidos. Muitas críticas do museu dizem que este está cheio de propaganda e que destorce um pouco a história, culpabilizando totalmente os Estados Unidos pela guerra, e não abordando tanto a questão da divisão entre o Vietname do Norte e do Sul.
Independentemente das críticas, o museu vale a pena. Sinceramente a parte que custou mais foi ver as consequências do “Agente Laranja”, que ainda se apresentam na atualidade. Infelizmente ainda há muitas pessoas a nascerem com problemas de saúde derivados do efeito deste desfoliante. Isto deixa-nos revoltados, pois, e como deu para ver no museu, o maior número de vítimas da guerra foram civis. Ao mesmo tempo também podemos estar gratos por vivermos neste momento numa altura sem guerras no nosso país, apesar da nossa situação económica.
Saigon tem ainda a particularidade, na nossa perceção, que a maior parte das pessoas se deslocam por mota, tornando o transito caótico, pelo menos para nós que não estamos habituados a ver centenas de motos em apenas um cruzamento, mas eles lá se entendem e parecem ate bastante descontraídos com as paragens bruscas e zig zags que têm que fazer para lá seguirem os seus caminhos. Para ter uma melhor ideia, o melhor mesmo é ver as fotos e vídeo que partilhamos com vocês.
Este foi o nosso último dia em Saigon e no Vietname. Apesar de não termos visto muita coisa, conseguimos ficar a conhecer mais um pouco deste país que nos encantou.
Segue-se a partida para o Camboja, mas isso já fica para outro dia…
Vídeo
Fotos